Torres de Areia
Dormem os aflitos.
Corações entristecidos... apertados!
Corações que choram e esperneiam...
Ensanguentados, doloridos... sofridos!
Dormem as dores... as perdas...a fome!
Quantos têm gritado por socorro?
Se derramando em lágrimas...
Se afogando nas trevas...
Ou entorpecidos nos vícios...
Perambulando com passos vacilantes!
Dormem homens com seus medos!
Escravizam-se no sono.
Debilmente se identificam...
E se rotulam!
Ganham calçadas... caminhos sem fim!
Maltrapilhos, desgarrados...
Conquistam o anônimato1
Permitem-se o caos.
Projetam-se nas sombras...
Sustentando a irreverência.
O odre desvenda o podre...
Negando o belo...
E o inefável prazer de viver!
Quantos corações fugiram do sol... se calaram.
E em meio aos seus entulhos e sucatas,
Esquece o riso, o sonho... a vida!
E inertes apodrecem!
Quantos se moveram no vácuo...
Alimentando as torres de areia.
Império indigente...
Domínio dos miseráveis.