Taças Partidas
Conheci os teus segredos
Jorrados do íntimo!
Apalpei a tua dor,
Que te sangrava por dentro!
Pude ver-te agonizando...
Com olhos perdidos no ermo!
Pude ver-te preso ao vácuo...
Lábios entreabertos, secos e.
Estremecidos... recusando-se a falar!
O silêncio atento observava,
Capitando a expressão do corpo!
O transbordar de toda dor,
Fluía pelos ares...
Invadindo praças e jardins!
Conheci os teus segredos...
Quando te vi gritar... debater-se,
num gesto estático, mudo e surdo.
Conheci os teus segredos... mas não
Pude chegar a ti...
Apenas contemplava e brindava a dor num soluço...
Pedindo-te perdão.
Laços desfeitos... taças partidas...
Apenas um velho vinho tinto,
derramado... colorindo o chão!