MARADONA O IMORTAL. Por Euma Fernandes
Pandemia
Vivemos dias de choro, dias de medo e terror... Um silêncio ensurdecedor! Mil perguntas, rostos mascarados atônitos e olhos expressivamente exaustos!
Angustia irritante, que adoece a alma, que faz os olhos buscarem por um alento e se debaterem num confuso contexto do esvaziamento de vidas e a banalidade da morte.
Tempos da subjetividade ociosa, da busca desconcertante de se mesmos em meio a tanta bagunça! Tempos sem cor nem sabor, sem risos nem flores... canto triste dos desalentados.
De repente, um inimigo feroz rosnando por todos os lados e lugares, ameaçando, tragando a essência da vida, separando amores, esmagando semblantes, deletando histórias e perspectivas futuras.
E agora em meio a um deserto insano, pessoas e suas frustrações se esbarram no grande vão da incerteza, tentando encontrar uma identidade genuína, encoberta pela fútil demanda da ostentação de até em tão!
Sonhos sendo trocados pela necessidade de apenas sobreviver. Ser um sobrevivente. Sim, isso basta a qualquer um! Vivemos tempos de guerra insana... nos debatemos na vulnerabilidade estática! Nos deparamos na real forma do que somos... não se pode se agarrar a nada, nem a nenhum bem ou status.....O que cabe a cada um de nós é simplesmente o que nos é essencial! O essencial a cada um e’ a vida. E acredite, diante desse caos, isso e’ um presente insubstituível, inegociável.
E como se não bastasse, estamos assim, entregues ao acaso num barco desgovernado, sem direção, desconectados, ilhados e perdidos. Buscando se esconder dos gritos alheios... mais onde? Tantas e tantas pessoas que passaram a vida a conhecer tantas coisas e lugares, mais se esqueceram de conhecer a si mesmas... e agora? Fugir para onde? Falar com quem?
Ansiedade que bate, mais nada a fazer... esse e’ um tempo em que o amanhã pode ser pior! Essa e’ uma monstruosa sombra, que impiedosamente obscurece mente e espírito e nos tira a energia. Mais cinicamente, esse mesmo inimigo fez literalmente o mundo parar, para tão somente nos levar a mergulhar em nós mesmos em busca de Deus.
Por Euma Fernandes